segunda-feira, maio 12, 2008

Deambulando por Macau I

Hoje é feriado em Macau. É dia do Buda, dia do seu nascimento. Isto significa que tivemos um fim-de-semana prolongado.

Decidi ficar por Macau e conhecer melhor o território.

Visitei o Museu de Macau e o Museu de Arte de Macau. O primeiro encontra-se na colina do forte ao lado das ruínas de São Paulo. Está mesmo no cimo da colina, dentro das muralhas do forte. Apresenta a história do território, antes da chegada dos portugueses e depois. Gostei muito. Gostei sobretudo de ficar a saber quais os hábitos das populações chinesas, como viviam, onde, o que compravam e vendiam, como casavam. Como se misturaram as duas culturas dando origem aos macaenses.

O Museu de arte de Macau fica perto da Doca dos pescadores e da estátua à deusa Kum Ian. É um edifício de arquitectura contemporânea, bastante giro. Muito bonito comparado com os horrores sob forma de hotéis que têm sido construídos. Visitei a exposição da VII bienal de Macau. Há criatividade por estas bandas, muita e recomenda-se.

No mesmo museu está patente uma exposição com obras emprestadas pelo Louvre com arte da Grécia clássica. Chama-se "Platão em terras de Confúcio". Um paralelismo entre a civilização que criou a Maratona e os Jogos Olímpicos e a civilização e filosofia de Confúcio. Pareceu-me uma excelente ideia com os Jogos daqui a pouco em Pequim. A exposição estava às moscas. E não será por falta de publicidade em toda a cidade. Nos últimos andares uma exposição de fotografia de dois fotógrafos macaenses, Lei Chiu Vang e Ou Ping sobre a Macau da primeira metade do séc. XX. Que diferença!! E que belas fotos.

No Sábado à noite fui assistir a um espectáculo de dança clássica e contemporânea da Escola de dança do Conservatório de Macau no Centro cultural de Macau. O Centro cultural de Macau fica ao lado do Museu de Arte, aliás formam um todo.

O espectáculo de dança fez-me recordar os meus anos de dança clássica, os espectáculos no fim do ano com as famílias presentes a apoiar o resultado do esforço dum ano inteiro. As várias composições tinham uma qualidade muito variável (como no meu tempo, aliás). Oscilando entre o contemporâneo, o clássico (chatinho) e a dança oriental. Foi muito interessante ver o esforço criativo e o empenho dos jovens bailarinos. A sala estava cheia, europeus ou ocidentais uma meia-dúzia.

No pequeno auditório do mesmo centro cultural decorria Sábado e Domingo uma sátira em patuá dum grupo que tenta manter vivo este falar macaense. Acabei por não poder ir ver e fiquei cheia de pena. Deixo aqui o link para um post do blogue Bairro do Oriente que faz uma descrição e apreciação do espectáculo do Grupo de Teatro Dóci Papiáçam di Macau.

E depois os preços...o bilhete mais caro a 150 patacas que são 12,5€, nem dava para acreditar quando penso no que pago em Bruxelas. Eu bem sei que estas comparações não levam a lado nenhum, o nível de vida é bastante diferente, mas ... não deixa de ser uma surpresa agradável.