quarta-feira, maio 07, 2008

Hong Kong

Hong Kong foi como eu esperava mas com cheiros, calor e humidade. Fascinam-me grandes cidades que conseguem desenhar um perfil contra o céu e um burburinho digno dum formigueiro na terra. Não viveria forçosamente numa destas cidades mas gosto de absorver a energia delas durante alguns dias.

Cheguei a Hong Kong, à ilha de Kowloon, de ferry vinda de Macau. A tarde já estava a terminar e acendiam-se as primeiras luzes da cidade. Quando saí do China ferry terminal à procura dum táxi encontrei-me num centro comercial sofisticado à semelhança dos que encontram em Singapura, Kuala ou Banguecoque.

O táxi atravessou várias ruas de Kowloon e levou-me ao hotel que fica em Mongkok, perto da Ladie's street e duma zona de lojas e mercados abertos quase a noite inteira. Kowloon é a parte de Hong Kong onde se encontra o museu de arte da cidade e outros museus. Hong Kong central, com Victoira harbour e com o skyline famoso fica do outro lado. Kowloon é por isso o sítio ideal para apreciar a beleza urbana da outra margem.

O hotel tinha uma vista deslumbrante sobre o porto. A burguesa que há em mim aproveitou a desculpa de passar só uma noite para fazer o gostinho. Valeu a pena ter um janelão em frente aos pés da cama com vista sobre a cidade e victoria harbour, fenomenal.

Nessa noite passeei pelas ruas de mercados e lojas e restaurantes e vendazinhas e anúncios de neons e muita gente até às tantas da noite. Voltei exausta para o hotel, as ruas continuavam a fervilhar de gente. Deu para apreçar Asus Eeepc , deu para fotografar andaimes todos em bambú (perante o olhar atónito dum velhote), deu para inspeccionar as raízes e coisas desconhecidas nas lojas de medecina chinesa.

No dia seguinte fiz-me à estrada decidida a caminhar até à margem do mar frente a Hong Kong Central. O calor apertava, mas eu de facto sou europeia até debaixo de água, é nestas ocasiões que me apercebo. E valeu a pena.

Hong Kong tem ruas de arranha-céus mas logo ao lado ruelas de prédios mais decrépitos e mais baixos onde se encontram mercados de fruta, legumes, roupa, frutos do mar e peixe seco. Mais à frente lojas de jóias de jade, depois ouriversarias, e aqui e ali os cheiros. A podre, a cânfora, a doce...a Durian que é como se fosse a podre outravez. Vi vários gatos sonolentos sobre ou entre as bancas.

Num parque frente a um templo os velhos passam o tempo e procuram um pouco de frescura subindo as camisas até às axilas exibindo as barrigas. O templo tinha imensos incensos pendurados no tecto o que me atordoou um pouco à entrada e fez esquecer a profusão de cheiros bons e maus que tinha sentido até então.

Depois enveredei por uma ruela que me levou a uma livraria inglesa onde comprei um livro de história sobre a expedição marítima chinesa à volta do mundo no século XV: 1421 the year China discovered the world de Gavin Menzies.

Entretanto tinha chegado a hora do almoço e já eu estava na parte baixa da cidade, junto às ruas de centros comerciais de luxo. Foi a ocasião para comer no Din Tai Fung de Hong Kong e de me deliciar com nada mais nada menos que 12 dim sum e xiao long bao...

De barriga cheia desemboquei inesperadamente no cais do Star ferry terminal com uma vista deslumbrante sobre a outra margem. Uau!!!

Depois de passear pela marginal e dar um saltinho ao Peninsula (onde decorria um chá com danças de salão à anos 40...esta coisa do gosto e raiva pelo ocidente tem destas coisas insólitas), apanhei o Metro para o hotel. O Metro é excelente: funcional e muito claro. Já de bagagens nas mãos voltei ao terminal de ferries e regressei a Macau onde me soube muito bem voltar à pacatez da "calma" macaense e daquela que é já quase a "minha" cama.




2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

:D

quinta-feira, maio 08, 2008 1:48:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Que máximo, que fds bem aproveitado! Parece ser uma cidade efervescente... Admiro a tua pedalada e curiosidade. Até ao próximo post (só agora os "descobri", e regalei-me ;-)) T.

quinta-feira, maio 08, 2008 8:50:00 da tarde  

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