Fim-de-semana: A tocha e Hong Kong
No Sábado como provavelmente saberá quem aqui vem, a chama olímpica passou por Macau. Eu tinha decidido ir a Hong Kong no fim-de-semana e como o percurso da chama passava ao pé do hotel resolvi esperar para ver e partir só depois.
O que eu vi não permite as interpretações que tenho lido e visto nos media daqui. Os media daqui referem uma manifestação patriótica sem precedentes dos macaenses pela China Rpc, mais até do que em Hong Kong. Tudo vai de como se decide apresentar os factos.
No Sábado o que eu vi foi muita gente contente, muitos com bandeiras da China, t-shirts com a bandeira chinesa e slogans patrióticos em que ouvia "Zhongguó" , i.e. China, a intervalos regulares.Muitas camionetas que transportavam magotes de gente. Pelo meio outras pessoas com bandeirolas verdes (com a bandeira de Macau), alguns estrangeiros, como eu e um grupo de lusófonos que agitava as bandeiras de Portugal, Brasil, Angola, Timor.
Enquanto esperava pela passagem da tão famigerada chama meteram conversa comigo no pouco chinês que falo e no pouco inglês que eles falavam. Nenhum era de Macau. Os chineses com bandeiras chinesas à minha volta (e se os havia) vinham todos de Zhuhai, cidade do continente que faz fronteira com Macau. Eram todos muito curiosos e queriam aproveitar para falar inglês, saber coisas de onde vinha. Falaram-me logo do Figo. Juro, futebol, volta tás perdoado!
Coincidência ou não, todos os asiáticos com quem falei e que tinham bandeirolas verdes eram de Macau e os de bandeirolas vermelhas eram da China RPC. Não seria assim em todos os casos seguramente, mas achar que dos 250 000 que vieram às ruas eram todos macaenses a expressar o patriotismo pela RPC parece-me uma extrapolação forçada, para não dizer muito forçada.
Cereja sobre o bolo: no início do cortejo passaram umas camionetas com música representando os patrocinadores. Foi curiosamente paradoxal ver os chineses continentais a gritar vivas à China à passagem do camião da Coca-cola, quer dizer, Coca-cola, right, primeiro patrocinador, vivas de histeria, Coca-cola repito, seguida da Samsung...
Havia polícia por todo lado num aparato que quase me levou a crer que estava ali para ver passar o Papa ou o Dalai em pessoa, perdão a "clique" como lhe chama a imprensa chinesa. Mas não, era só a chama olímpica mesmo. Depois daqueles minutinhos de histeria, o pessoal debandou, mandou a chama continuar a sua volta e foi passear para a beira-mar, na Doca dos pescadores (Fisherman's Wharf) que não é todos os dias que se vem do "contenente" à "cedade".
Eu peguei nas minha coisitas e fui apanhar o ferry para Hong Kong.
Ora bem, Hong Kong (segue no próximo post).
O que eu vi não permite as interpretações que tenho lido e visto nos media daqui. Os media daqui referem uma manifestação patriótica sem precedentes dos macaenses pela China Rpc, mais até do que em Hong Kong. Tudo vai de como se decide apresentar os factos.
No Sábado o que eu vi foi muita gente contente, muitos com bandeiras da China, t-shirts com a bandeira chinesa e slogans patrióticos em que ouvia "Zhongguó" , i.e. China, a intervalos regulares.Muitas camionetas que transportavam magotes de gente. Pelo meio outras pessoas com bandeirolas verdes (com a bandeira de Macau), alguns estrangeiros, como eu e um grupo de lusófonos que agitava as bandeiras de Portugal, Brasil, Angola, Timor.
Enquanto esperava pela passagem da tão famigerada chama meteram conversa comigo no pouco chinês que falo e no pouco inglês que eles falavam. Nenhum era de Macau. Os chineses com bandeiras chinesas à minha volta (e se os havia) vinham todos de Zhuhai, cidade do continente que faz fronteira com Macau. Eram todos muito curiosos e queriam aproveitar para falar inglês, saber coisas de onde vinha. Falaram-me logo do Figo. Juro, futebol, volta tás perdoado!
Coincidência ou não, todos os asiáticos com quem falei e que tinham bandeirolas verdes eram de Macau e os de bandeirolas vermelhas eram da China RPC. Não seria assim em todos os casos seguramente, mas achar que dos 250 000 que vieram às ruas eram todos macaenses a expressar o patriotismo pela RPC parece-me uma extrapolação forçada, para não dizer muito forçada.
Cereja sobre o bolo: no início do cortejo passaram umas camionetas com música representando os patrocinadores. Foi curiosamente paradoxal ver os chineses continentais a gritar vivas à China à passagem do camião da Coca-cola, quer dizer, Coca-cola, right, primeiro patrocinador, vivas de histeria, Coca-cola repito, seguida da Samsung...
Havia polícia por todo lado num aparato que quase me levou a crer que estava ali para ver passar o Papa ou o Dalai em pessoa, perdão a "clique" como lhe chama a imprensa chinesa. Mas não, era só a chama olímpica mesmo. Depois daqueles minutinhos de histeria, o pessoal debandou, mandou a chama continuar a sua volta e foi passear para a beira-mar, na Doca dos pescadores (Fisherman's Wharf) que não é todos os dias que se vem do "contenente" à "cedade".
Eu peguei nas minha coisitas e fui apanhar o ferry para Hong Kong.
Ora bem, Hong Kong (segue no próximo post).
1 Comments:
Pois é cara Milher Aranha,
goste-se ou não de futebol há que reconhecer que temos excelenets profissionais nesta actividade...e como o futebol é um desporto de massas todos conhecem os craques. Antes isso.
Continuação de bom trabalho
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