quarta-feira, agosto 08, 2007

Vale a pena ler

Este artigo de Ferreira Fernandes no DN de hoje.

Vivo com um homem de origem étnica diferente da minha. Na verdade nunca penso nisso, não é assim que o vejo, mas é um facto. Na nosso vivência já longa de 4 anos e meio pude constatar o óbvio:o ser humano é igual onde quer que se encontre ou de onde quer que venha. Como tal, o racismo caracteriza o comportamento de determinados indivíduos seja de grupo forem. Não é uma fatalidade, tudo pode mudar, mas é um facto para já.
A sociedade ocidental (branca) que teve e tem o papel que se lhe conhece em relação ao resto do mundo (a que chamamos em desenvolvimento) ganhou consciência do seu racismo há ja algum tempo, num contexto misto de superioridade e de paternalismo: o colonialismo. O processo de reconhecimento deste comportamento e dos seus efeitos nefastos já se inciou há uns dois séculos. Primeiro de forma marginal e hoje em dia de forma predominante, o que não significa que o comportamento tenha desaparecido. Mas o trabalho foi sendo feito e penso poder dizer que actualmente o racismo, em termos de valores aceites na sociedade, encontra-se do lado dos comportamentos mal vistos, negativos portanto. O que, mais um vez, não significa que tenha desaparecido.
Nos grupos alvo do nosso racismo esse trabalho não foi feito. Posso confirmar com base na minha experiência que o racismo mais básico existe e não tem o nome que nós lhe damos. É apenas apelidado de "maneira diferente de ver o mundo". Frases como: Não temos nada contra ti, só não queremos um branco ou uma branca na nossa família" podem ser proferidas sem a mais pequena suspeita de que são racistas. Nada que não tenhamos já feito também ou que ainda não se faça. Estes grupos são frequentemente fechados e com poucas relações no mundo ocidental que os rodeia (no caso de grupos emigrados na Europa). O grau de abertura varia consoante o grupo étnico em questão.
Em todas estas situações encontram-se sempre pessoas que fazem a diferença e aceitam a diferença com um respeito pelo outro que não precisou de anos de campanhas anti-racismo. E depois há os outros. Também nisto somos iguais.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

[gosto de ler-te. e mais não digo.]

beijocas larocas.

quarta-feira, agosto 08, 2007 3:02:00 da tarde  
Blogger Sofia C. said...

Olá Claudette,

Uhmmm beijocas larocas, tão bom:-)))Obrigada. Beijocas minhas para ti, Sofia

quarta-feira, agosto 08, 2007 5:39:00 da tarde  
Blogger Raimundo Narciso said...

O racismo nos racistas inconscientes deve ser ainda mais difícil de atacar de contrariar

quinta-feira, agosto 09, 2007 2:25:00 da manhã  
Blogger Sofia C. said...

Raimundo,

É verdade, fica difícil o debate sobre o tema. São eles que se auto-restringem em termos de evolução pessoal, de relações humanas. Apesar da frustração inicial causada nos outros, são eles que "encolhem" em vez de crescerem.Sofia

quinta-feira, agosto 09, 2007 9:37:00 da manhã  

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