sexta-feira, março 10, 2006

Recorda-me Sakura


Meu corpo querido e esquecido
Meu ancoradouro, meu ombro,
meu fiel companheiro tão camuflado, incompreendido;

abres as narinas e procuras o perfume do ananás maduro,
abres os olhos e procuras o ângulo perfeito de côr ,
abres os ouvidos e insistes na repetição da melodia ,

abres as mãos e procuras a pele , morna
irrequieto não me deixas dormir.

Sim, ao sexto mês de Inverno
sem suspeita de rebentos nos ramos
tu já sabes e sussurras-me
A Primavera está a chegar.